quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Urgente

Fala-se tanto da necessidade de Planeta melhor 
para os filhos e netos.
Como é urgente 
educar 
as dádivas da Vida 
na Paixão 
na Responsabilidade 
na Honestidade
pelo nosso Planeta - a Mãe Terra.
Nos caminhos encantados
pelo coração.
                                         
Maria de

Dezembro 2012
                                               

                                    

domingo, 9 de dezembro de 2012

Amor pela Vida

Tenho já anos outonais.
Sou professora aposentada.
 Amo a Vida . 

Gosto de a viver na solidão 
 nem me preocupa a estação.


                                             Linda !

                                                A vida é um céu muito azul 
                                        com nuvens 
                                     de tantas nuances 
                                       umas cinzentas 
                                   outras muito brancas .  
Olho-as embevecida 
Grito:Passeiem por este Universo 

                                         
Tão disperso por onde vagueio sem sucesso.
Obra perfeita criada 
com arte e apreço 
por um Ser generoso 
a ser guardado 

bem conservado
 nos caminhos 
                                   do nosso coração .
Maria de Sá 
Dezembro 2012
                                       

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PRECE

             Eis-me ,Senhor,a pedir-TE:

                   Não me abandones .

Vem e senta-TE aqui á beira deste rio sempre a tiritar de frio .

Fala-me do que o Teu Filho 

ensinou: Amai-vos uns aos outros 

Perdoei 70x7.

Temos de reaver estes ensinamentos .

  Olha ,Senhor ,os dirigentes das Nações

mergulham-nos em guerras incontroláveis .


Que violência !Difícil de assumir !

Trazem Fome !

Famílias desfeitas . 

Tantas crianças esfarrapadas cansadas de esmolar

Teus filhos das mais desvairadas crenças .

Senhor,são tuas ovelhas 

                               Não permitas que se desviem,

                                         são o Teu rebanho .

                                      

Sê o Pastor eterno 

Atento e compreensivo .

Nem sempre TE vejo com o teu cajado .

Sou humana,Pai.

Mas, sei que cada lágrima que eu chorar 

Tu segurarás uma a uma 

nas Tuas Mãos. 

Vem.  Procura -me!

Preciso tanto de Ti,Senhor !           

Maria de Sá

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ACONTECEU



Sou o que sou
Aconteceu .
Criámos um mundo
um tempo profundo
vivido
sentido.




                                     Na harpa da tua sedução
                                         dedilhei sustenidos
                                      em sol...em la ...em si ...




um amanhã. 
Um simples acontecer

Na memória ficou,
ali se refugiou,
retido neste escrever .


Maria de Sá
                                             

sábado, 24 de novembro de 2012

LEMBRAS-TE?

Como chovia !
O guarda chuva encobria
   tudo que em nós beijava .
A tua mão procurava 
um corpo que te ansiava .
Tu ,de cabelos grisalhos me enlaçavas
meu rosto acariciavas .

   Quem passava 
olhava 
nós tão alheios se estava 
amámo-nos e enamorados 
consolados 
beijos,abraços,mãos apertadas
fechadas 


suadas.



 Esperámos pelo táxi 
seguiste-me 
a porta abriste-me .
Num segundo em ti me escondi ,
mais um abraço 
demorado 



Que paixão de mim 
por ti.
Como partir assim?
Questionar?
Céus !Nem consegui .
Hoje, recordo as mãos embriagadas 
de desejos inflamados .
Que lume! Ainda me acende 
a ti me prende,
costurando dentro de mim 
fantasias 
ânsias feridas.
És o meu luar 
em constante viajar.
Vivo num compasso 
desesperado 
tão longe de ti .
 Maria Sá  

terça-feira, 20 de novembro de 2012


A lua foi cúmplice da tua ausência pelas margens do mar nas cálidas noites africanas.Silenciaram o cântico das sereias  .Elas desistiram de ensinar como te enfeitiçar .
 Morreram as frases.As palavras já não existem.Apagaram as ilusões.
 Hoje sou um devaneio de mim própria a galope ao vento escoltada pelas maresias.Já não vou sentindo  a tua ausência no meu templo .Como sempre tão longe do que fui e agora já nem sei quem sou .
Agora nesse Universo etário ,acaso as minhas palavras teriam o condão de ainda tocar o teu coração?
As minhas palavras são o que me resta dos luares em silêncio.
Asfixiei-as no meu pensamento .
Prendo todo o meu alfabeto nos meus braços.Embrulho-o em folhas secas ..Ponho-o depois no vaso das recordações .Ali  ficam na companhia do vazio com que sempre coabitei .Sei onde estão .Quietas.Silenciadas.Já não penso no passado.Guardei-te no silêncio da memória.
Aí dei-te um abrigo .Sei que me mantens esquecida ,
Maria Sá

sábado, 20 de outubro de 2012

Sou

SOU 

Sou apenas um poema 
versos soltos ao vento 
sem um lamento.
ditos   sem temp.
Fui pétala de Flores 
tantas cores!
Hoje vagueio ao sabor 
de lembranças 
memórias sem fragâncias 
murchas de odores 
comigo vão 
para onde eu for.

Sou uma metáfora 
por me decifrar.
Sou a rebeldia 
vinda da maresia.

Sou já luz sem cor 
na palidez do dia.
Ao amanhecer 
sou ainda  magia.
Ao entardecer 
doce anoitecer.

Meu nome?
Sou o que sou 
Apenas um EU 
sem sobrenome.
sem nada de seu.
Apenas um poema 
ainda por acabar.

Maria de Sá

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

AMAR

   

 

amar






 
As palavras "amo-te","como te amo" são palavras que vêm do nada e nem sempre é o que se quer ouvir.

Um simples olhar ,um sorriso,mãos entrelaçadas vibram de desejo,volúpia ,sexo falam que o tempo não espera.

Emigro então com os ventos á procura das tuas emoções .Não sei dominar os meus sentidos,meu corpo soluça loucuras,beijos vorazes com que espalho ao vento toda a ternura que me estremece.
Percorres a nudez do meu corpo despido.

Sou uma ave pelos céus da sensualidade e faço dos teus beijos raios de sol bem quentes.
Destilas-te inteiro em meu corpo nos mais íntimos gestos fazendo amor porque sou para ti uma flor que se abre. 

Sei quanto sou amada e desejada.

Não precisamos de palavras.

A ternura e a paixãodeitam-se nos braços um do outro saciados e tranquilos.

Vivemos o presente cada hora,cada minuto,como trémulos astros ,a realidade de nós próprios como se fossemos fruto proibido.

Somos a tormenta da emoção.

O meu corpo invade a tua morada!

Eis como é o meu amor por ti.

Quero ser aquela em que colheste a inocência.

És a essência da minha vida.

És o fogo que me mantém viva sempre ao meu lado.

Me faz sonhar. Me tira da tormenta do oceano da vida .

Sou uma rede de malhas suaves, cada malha um afecto á vida nos teus braço, nos teus beijos,
as cores do meu arco iris.

Maria de Sá 

sábado, 6 de outubro de 2012

noites loucas

    
                                                        

 Noites loucas 

Convoco as estrelas uma a uma 
para entrarem na órbita celeste dos limites ilimitados dos nossos corpos de nós tão sôfregos .




Um a um  
chegaremos ao destino certo 
saciando as nossas bocas 
sentindo -nos inteiros 
sem freios. 

Neste apetite nos exilamos 
nos sentidos nos alojamos .
As nossas mãos esquecem -nos.
Abraços abracem -se.
Corpos perdem-se 
um no outro,
fluindo em festins.
Em cada brinde 
festejamos ternuras sem parar.
Em cada cálice 
orgias de bocas
nessas noites loucas.

Maria de Sá                                       
                                                  
                
  
  

segunda-feira, 1 de outubro de 2012



Preciso de sair desta solidão.
Se não fossem as  cartas, como as feridas da saudade se cicatrizariam?
Vivo um coração triturado por tanto que perdi. Custa-me admitir que o sonho se evadiu e esse sonho flutua como a viagem que tu  insisto em marcar.
Não sei se irei.
Passeando pelo calçadão ao longo do rio, o frio trouxe-me para casa onde o vento me fez lembrar as monções do Mar Longe.
Olhei o céu despido de estrelas.
É nelas que quero guardar as coisas pequenas mas grandes por dentro.
Sorriem. 
Recusam-me.


E eu quero ir ao encontro da minha estrela azul para nela encontrar Paz.
Nela escrevo a minha solidão. 
Sabes o que fez?
Estendeu um raio de luz para esquecer o tempo em que andei perdida.
A minha alma ouviu uma orquestra de citaras que fizeram recordar em silêncio o eco do Amor que queima dentro de mim e teimo em repudiar.
Afinal, quem sou?
Sou um sonho inacabado.
Sou a incerteza da certeza do que sou.
Sou solidão.
Sou apaixonada pela vida.
Sou a cor da esperança.
Sou uma aresta de beijos.
Sou aquela que foi princesa de um condado.
Sou o que não quer ser.
Cores, dunas, flores.
Sou um tempo a cicatrizar feridas.
Sou palavras sonhadas.
Sou um rio a desaguar.
Sou um coração coragem.
Sou lágrimas á janela.
Sou o bote dos búzios.
Sou o medo do alto mar.
Sou uma ilha perdida.
Sou a derrota das derrotas da vida.
Um dia serei a música de um assombroso amanhecer.
Para   não me sentir nesta solidão infernal, parto no meu alasão branco, de cabelos ao vento
em busca da minha estrela azul que ilumina o meu caminho.
Conversamos. Fascínio. Ficciono o meu EU.
Enterro esse EU onde a cor de ébano espreguiça a sensualidade, divertindo-se com a nudez do meu corpo, uma fragata esfrangalhada.
Calo as palavras.
Transformo-as em metáforas para um TU ausente no outro lado do mar.
Dois oceanos que sulcam ondas de espuma furibundas por nunca poderem abraçar-se num enlace de caricias pertubadoras.
Grito pela estrela azul, Pergunto: Porque foges? 
Persigo o teu rasto luminoso, deslizas pelo Universo ao som de lãgrimas.
Já as sequei e a minha interioridade transformou-te num oasis, o deus dos meus deuses.
A consciência cósmica ostensivamente determinista sorri dizendo: Tudo passa, menos o Amor.
Mas que Amor tão estranho!
Afinal um Amor de viajantes eternos com o aval do Mestre dos búzios para todo o sempre.
Nessa estrela azul deixei as coisas pequenas, mas tão ricas por dentro!

De corpo e alma

Invado-me de ti
Banho-me nas tuas águas
Vida de fráguas
Tropeço
Desfaleço
Mas por ti espero
Em qualquer momento num lugar .
Teu sorriso

Leve

Suave
Abraçará meu corpo
Sem folego
Em labaredas de fogo
Sem parar.

Maria

domingo, 30 de setembro de 2012








Há muitos anos vi um filme intitulado "Deus precisa dos Homens ".
Este filme encantou as minhas convicções.
Afinal, uma vez mais, Deus se socorre dos Homens para O ajudarem na Sua Palavra .
Irónica pretensão?
Somos, no fim de contas, uma asa de Deus, aquele Ser sempre invisível. 
O que seria da existência humana sem esta asa? 
Não haveriam hinos à Primavera de regatos, flores, brisas acariciadoras, o arco iris festejado pelo som do passaredo.
O Verão já não se espreguiçava cálido na areia da praia beijada pelas ondas brincalhonas.
Porém, este Universo desertifica-se.
Ficamos ausentes de nós próprios.
Fechamo-nos.
Aprendemos com esta clausura que não basta viver sem ter com quem partilhar o que se vive e como se vive com ou sem alegria.
De contrário, acaba-se na Solitária deste Universo desumanizado.
Procura-se saber como este Universo foi criado para se compreender a perda do seu Arquiteto.
Terá sido com a ajuda dos deuses do Olimpo?
Deuses do Ar, do Sol, do Fogo, do Tempo? Ou do poder do Tniowa em cumplicidade?
Se calhar foi por isso que nasceu o mito dos Pais da Humanidade.
Mito mesmo?
Ou um artefacto aperfeiçoado do ex machina?
Como devia contemplar extasiado as maravilhas da Sua    Criação!
Decidiu então ter com quem partilhar tais maravilhas .
Mas eu fiquei sem ter alguém. Sem nada.
Hoje sou apenas companheira do Destino.
Sobrevivo sob o seu controlo.
Parei de sonhar no meu Universo.
Sim,porque também tenho o meu Universo bem escondido.
É o lar dos meus silêncios. A saudade e a tristeza coabitam nesse espaço muito meu. Tenho como companhia os astros por onde vagueia o afecto de mãos dadas com o meu tu misterioso, ausente no longe dos longes.
Voo nas asas deste Ser sempre escondido para O mimosear com os versos de Almeida Garret :
Tinha umas asas brancas 
Asas que um Anjo me deu 
Que me cansando da Terra 
Batia-as,voava o Céu .
Mas
Pena a pena cairam 
Nunca mais voei o Céu.
Que abismo mágico!
Já não voo para ser feliz.Consigo passar por labirintos da Solidão, pelos regatos, flores e arco iris e ouvir a voz do meu coração.
Não gosto da dor .
Transforma-me 
numa ostra desventrada .
Fico vazi.
Choro a vida magoada
lentamente largada
fora do meu cruzeiro.
Resisto.
insisto
avanço
Por ti chamo 
de braços abertos 
mendigando os teus afectos .
E tu tão longe do meu horizonte.
Eu vou vencendo 
enfrentando 
o pior inimigo 
em luta comigo:
A solidão 
fechada na mão.

Maria de Sá