sábado, 24 de novembro de 2012

LEMBRAS-TE?

Como chovia !
O guarda chuva encobria
   tudo que em nós beijava .
A tua mão procurava 
um corpo que te ansiava .
Tu ,de cabelos grisalhos me enlaçavas
meu rosto acariciavas .

   Quem passava 
olhava 
nós tão alheios se estava 
amámo-nos e enamorados 
consolados 
beijos,abraços,mãos apertadas
fechadas 


suadas.



 Esperámos pelo táxi 
seguiste-me 
a porta abriste-me .
Num segundo em ti me escondi ,
mais um abraço 
demorado 



Que paixão de mim 
por ti.
Como partir assim?
Questionar?
Céus !Nem consegui .
Hoje, recordo as mãos embriagadas 
de desejos inflamados .
Que lume! Ainda me acende 
a ti me prende,
costurando dentro de mim 
fantasias 
ânsias feridas.
És o meu luar 
em constante viajar.
Vivo num compasso 
desesperado 
tão longe de ti .
 Maria Sá  

terça-feira, 20 de novembro de 2012


A lua foi cúmplice da tua ausência pelas margens do mar nas cálidas noites africanas.Silenciaram o cântico das sereias  .Elas desistiram de ensinar como te enfeitiçar .
 Morreram as frases.As palavras já não existem.Apagaram as ilusões.
 Hoje sou um devaneio de mim própria a galope ao vento escoltada pelas maresias.Já não vou sentindo  a tua ausência no meu templo .Como sempre tão longe do que fui e agora já nem sei quem sou .
Agora nesse Universo etário ,acaso as minhas palavras teriam o condão de ainda tocar o teu coração?
As minhas palavras são o que me resta dos luares em silêncio.
Asfixiei-as no meu pensamento .
Prendo todo o meu alfabeto nos meus braços.Embrulho-o em folhas secas ..Ponho-o depois no vaso das recordações .Ali  ficam na companhia do vazio com que sempre coabitei .Sei onde estão .Quietas.Silenciadas.Já não penso no passado.Guardei-te no silêncio da memória.
Aí dei-te um abrigo .Sei que me mantens esquecida ,
Maria Sá