sábado, 20 de outubro de 2012

Sou

SOU 

Sou apenas um poema 
versos soltos ao vento 
sem um lamento.
ditos   sem temp.
Fui pétala de Flores 
tantas cores!
Hoje vagueio ao sabor 
de lembranças 
memórias sem fragâncias 
murchas de odores 
comigo vão 
para onde eu for.

Sou uma metáfora 
por me decifrar.
Sou a rebeldia 
vinda da maresia.

Sou já luz sem cor 
na palidez do dia.
Ao amanhecer 
sou ainda  magia.
Ao entardecer 
doce anoitecer.

Meu nome?
Sou o que sou 
Apenas um EU 
sem sobrenome.
sem nada de seu.
Apenas um poema 
ainda por acabar.

Maria de Sá

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

AMAR

   

 

amar






 
As palavras "amo-te","como te amo" são palavras que vêm do nada e nem sempre é o que se quer ouvir.

Um simples olhar ,um sorriso,mãos entrelaçadas vibram de desejo,volúpia ,sexo falam que o tempo não espera.

Emigro então com os ventos á procura das tuas emoções .Não sei dominar os meus sentidos,meu corpo soluça loucuras,beijos vorazes com que espalho ao vento toda a ternura que me estremece.
Percorres a nudez do meu corpo despido.

Sou uma ave pelos céus da sensualidade e faço dos teus beijos raios de sol bem quentes.
Destilas-te inteiro em meu corpo nos mais íntimos gestos fazendo amor porque sou para ti uma flor que se abre. 

Sei quanto sou amada e desejada.

Não precisamos de palavras.

A ternura e a paixãodeitam-se nos braços um do outro saciados e tranquilos.

Vivemos o presente cada hora,cada minuto,como trémulos astros ,a realidade de nós próprios como se fossemos fruto proibido.

Somos a tormenta da emoção.

O meu corpo invade a tua morada!

Eis como é o meu amor por ti.

Quero ser aquela em que colheste a inocência.

És a essência da minha vida.

És o fogo que me mantém viva sempre ao meu lado.

Me faz sonhar. Me tira da tormenta do oceano da vida .

Sou uma rede de malhas suaves, cada malha um afecto á vida nos teus braço, nos teus beijos,
as cores do meu arco iris.

Maria de Sá 

sábado, 6 de outubro de 2012

noites loucas

    
                                                        

 Noites loucas 

Convoco as estrelas uma a uma 
para entrarem na órbita celeste dos limites ilimitados dos nossos corpos de nós tão sôfregos .




Um a um  
chegaremos ao destino certo 
saciando as nossas bocas 
sentindo -nos inteiros 
sem freios. 

Neste apetite nos exilamos 
nos sentidos nos alojamos .
As nossas mãos esquecem -nos.
Abraços abracem -se.
Corpos perdem-se 
um no outro,
fluindo em festins.
Em cada brinde 
festejamos ternuras sem parar.
Em cada cálice 
orgias de bocas
nessas noites loucas.

Maria de Sá                                       
                                                  
                
  
  

segunda-feira, 1 de outubro de 2012



Preciso de sair desta solidão.
Se não fossem as  cartas, como as feridas da saudade se cicatrizariam?
Vivo um coração triturado por tanto que perdi. Custa-me admitir que o sonho se evadiu e esse sonho flutua como a viagem que tu  insisto em marcar.
Não sei se irei.
Passeando pelo calçadão ao longo do rio, o frio trouxe-me para casa onde o vento me fez lembrar as monções do Mar Longe.
Olhei o céu despido de estrelas.
É nelas que quero guardar as coisas pequenas mas grandes por dentro.
Sorriem. 
Recusam-me.


E eu quero ir ao encontro da minha estrela azul para nela encontrar Paz.
Nela escrevo a minha solidão. 
Sabes o que fez?
Estendeu um raio de luz para esquecer o tempo em que andei perdida.
A minha alma ouviu uma orquestra de citaras que fizeram recordar em silêncio o eco do Amor que queima dentro de mim e teimo em repudiar.
Afinal, quem sou?
Sou um sonho inacabado.
Sou a incerteza da certeza do que sou.
Sou solidão.
Sou apaixonada pela vida.
Sou a cor da esperança.
Sou uma aresta de beijos.
Sou aquela que foi princesa de um condado.
Sou o que não quer ser.
Cores, dunas, flores.
Sou um tempo a cicatrizar feridas.
Sou palavras sonhadas.
Sou um rio a desaguar.
Sou um coração coragem.
Sou lágrimas á janela.
Sou o bote dos búzios.
Sou o medo do alto mar.
Sou uma ilha perdida.
Sou a derrota das derrotas da vida.
Um dia serei a música de um assombroso amanhecer.
Para   não me sentir nesta solidão infernal, parto no meu alasão branco, de cabelos ao vento
em busca da minha estrela azul que ilumina o meu caminho.
Conversamos. Fascínio. Ficciono o meu EU.
Enterro esse EU onde a cor de ébano espreguiça a sensualidade, divertindo-se com a nudez do meu corpo, uma fragata esfrangalhada.
Calo as palavras.
Transformo-as em metáforas para um TU ausente no outro lado do mar.
Dois oceanos que sulcam ondas de espuma furibundas por nunca poderem abraçar-se num enlace de caricias pertubadoras.
Grito pela estrela azul, Pergunto: Porque foges? 
Persigo o teu rasto luminoso, deslizas pelo Universo ao som de lãgrimas.
Já as sequei e a minha interioridade transformou-te num oasis, o deus dos meus deuses.
A consciência cósmica ostensivamente determinista sorri dizendo: Tudo passa, menos o Amor.
Mas que Amor tão estranho!
Afinal um Amor de viajantes eternos com o aval do Mestre dos búzios para todo o sempre.
Nessa estrela azul deixei as coisas pequenas, mas tão ricas por dentro!

De corpo e alma

Invado-me de ti
Banho-me nas tuas águas
Vida de fráguas
Tropeço
Desfaleço
Mas por ti espero
Em qualquer momento num lugar .
Teu sorriso

Leve

Suave
Abraçará meu corpo
Sem folego
Em labaredas de fogo
Sem parar.

Maria