sexta-feira, 3 de junho de 2016

PALAVRAS

PALAVRAS

O Vento tece-as cem festas
em quermesses
Oiço letra a letras enfeitam perfeitas
as metáforas enamoradas das anáforas.
Escuto encantada apaixonada as onomatopeis
vibrando melopeias.
Letras de mãos dadas com sílabas acentuadas
almejam abraços em beijos.
Como gorjeiam orgias feitas de magia !
Aconchegam fonemas inspiram poemas,
envolvem exclamações
Interrogações
em auréolas de emoções.
Estrofes vestidas de Lua em brancura nua
cativam o Universo
as constelações estreladasespalhadas
bem disperso.
Libertam meus segredosmudos e quedos.
Pobre de mim!
Acabo assimperdida no reino da fantasia.
  
Maria Sá

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Terra do Mar Longe


Eis recordações que me tens enviado de pessoas ,vidas ,sonhos que não chegaram a realizar-se na Terra do Mar Longe .Saltaram decepções ,enganos ,amores .Desta vez fiquei encantada com
a presença da Madame Lavado,tal como dizes uma ostra,mas sem o manto de madrepérola .
Era uma espécie de deusa Afrodite criada pelas espumas das marés da vida.Tomava bem conta de si.Frágil por um lado ,mas resistente por outro .Era uma ostra solitária num espaço igualmente solitário por onde apenas mufanas serviam -na carinhosamente.Andavam de ponto em branco .
O seu pescador não lhe lançara a rede.Se calhar não se fizera pérola .Ficara então naquele casarão com as dores da alma .Ainda me lembro do jardim lateral de canteiros com rosas sempre vigiadas por algum mufanita .No meio uma árvore de fruto .Agora como estaria?Se calhar completamente dominado pelas ervas daninhas povoadas de bogononos que rame rame cabriolariam pelas pedras a arrematar o que restava de canteiros.
A atmosfera daquele lugar vai-se infiltrando em mim que ao regressar do colégio á tarde qdo não havia desafios de berlindes,pelava-me por pilhar uma rosa sem receio de ser caçada por um dos seus guardiães mufanitas.
Enquanto deambulo por aquelas paragens ,deslizo o alfabeto do meu mundo silenciado .Transformo-o em linhas da minha gramática intimista .Partilho certamente da solidão daquela mulher enigmática.
Os ventos da nossa realidade já não têm sentido .Estamos mais sós ,mais vazios.

Maria Sá

CORRUPÇÃO


Rio Tejo



O meu Mundo mergulha em fantasias, onde procuro ser personagens com ilusões de uma história de Vidas.
Aí esqueço-me quem sou.
Vivo simplesmente entre o silêncio das estrelas vestido com o sorriso da Lua.
Abraço os meus passos.
Sinto apenas o caminho de tantas histórias adormecidas pelas águas deste Rio que me habita.
Embá-lo-as nos labitintos das suas entranhas.
Aí ficarão o Amor, a Lealdade, Amizades, Sonhos palpáveis em desertos silenciados, Desânimos de um Mundo de gente tranquila.
Oiço a voz do coração, guardião deste Mundo apenas meu.
O que importa é estar longe das ausências acumuladas na poeira pesada de partidas sem regresso.
Só Tempo permanece.
Outros Medos, outros Delírios, outras Quimeras carregadas de positividade, outos Cansaços, outras Distâncias.
Apenas Tempo...
Como presente diminui o tamanho da dor.
Lembra a oportunidade da coragen e da sabedoria.
Convence ainda que, de vez em quando, comvém arejar a Alma com a brisa fresca e raios do Sol.
Sorri.

Texto: Maria Sá
Imagem: Passeio Ribeirinho - Orange | Clouds



domingo, 14 de fevereiro de 2016

DANÇO


Hoje voo nas asas de Pegaso pelo Universo para ver se me encontro.
Procuro-me.
Sinto-me perdida num mundo ao qual já não pertenço.
Preciso mesmo de me esquecer dentro de mim. Há momentos assim. 
E deseja-se a noite vadia de volta para o esquecimento para não querer nada sequer do
que nada se é daquilo que se é.Sou apenas a corrente de um rio. 
Deixo-me navegar nas águas da esperança de instalar os dias frios das ausências e partidas.
E afinal, acabo por naufragar na corrente para perder -me a mim mesma. 
Nesse naufrágio não se reconhecer quem fui e sou tão pouco.
Ficam sempre pedaços de vida que nos deixam muito sós. 
Ajudam a seguir em frente o rumo de Eolo, do Olimpo onde os deuses nos vigiam atentamente, das constelações luminosas e, sobretudo, da voz poderosa do hoje.

Maria Sá

sábado, 13 de fevereiro de 2016

AUSÊNCIA


DE VOLTA ÀS ORIGENS


AMIGOS


CAMINHO


Filho paraste de sofrer -descansa em Paz


SOBREVIVI


MUITOS ANOS DE SAUDADE


TOFO TOFINHO


SAUDADE


MEUS EUS


domingo, 7 de fevereiro de 2016














MÃE ÁFRICA


Que fazer de tanta saudade

Ventos

Para longe me trouxeram

Vidas

Sem fim silenciaram 


Que fazer de tanta saudade

Preciso estar perti de ti

Para cuidares outra vez de mim

 

Ó Mãe África

Cobre este frio tiritante

Bebe as lágrimas quentes

Cala soluços serpenteantes

 

Sou um barco sobre o teu azul

Gaivota de olhos fechados

Farol em voo final


Mãe África

Que fazer de tanta saudade

Dos labirintos solitários

Estrelados

Chorados

Magoados

Maria Sá

Como um Grão na Areia







Sou Águia

Pária

Mágoa

Sem Asas

Concha

Perdida

Vazia

Inerte

Num areal


Maria Sá