quinta-feira, 13 de junho de 2013

Escrevo...

Escrevo.                


As letras em jardins floridos, bricam pelos canteiros de cores vivas.

Plantam no ar poemas.
Lembranças de momentos que se sonha ter
E fragilidades.
Encantam sinais de pontuação.
Contagiam outras letras, vindas de outras paragens.


Verbalizo-as.
Vieram comigo do outro lado do mar.

Cansadas.

Saudosas das maresias de sol a pintar a paisagem ao nascer e ao partir para outras paragens devagarinho, à brisa da tarde.

Bailam comigo ao ritmo das timbilas sem gritos.


Não querem espaços em branco.
Inpõem regras:
Nada de ausências, nem de mim nem das infâncias criadas ao sol e ao vento, nem das casuarinas e muito menos das noites cálidas africanas acariaciadas por luares esbranquecidos.
Orgulhosas da sua beleza fragmentam histórias divertidas de gente castiça.
Marcos de vidas hilariantes.
Momentos em que as palavras acabam com a magia do silêncio.

Encontros abraçados. Sensuais.
Encontros vadios. Fugidios porque cansados dos quases...
As letras
Vagueiam no teu espaço tranquilo.
Saboreias o azul de um céu muito azul, um mar sempre azul.
São as minhas guardiãs.
Fecham-te no meu coração.
Não digas às letras para escutarem a sinfonia das estrelas povoadas de lembranças e esperanças, ao som das Estações de Vivaldi para dispersarem os meus pensamentos, a Sonata ao Luar ou os Cisnes de Tchaikovsky na magia melancólica.


Quando fores não olhes para trás.
As minhas letras sabem que fui sempre nua de alma e coração.
Nasci para ser como sou: SEMPRE SÓ!

Maria Sá